Pesquisa mostra ainda que 55% têm sentido a qualidade de vida afetada devido ao tempo gasto no transporte
De cada grupo de dez brasileiros moradores das grandes cidades do País, três passam mais de uma hora sofrendo com o trânsito. Oito por cento da população brasileira gasta mais de três horas entre os deslocamentos para cumprir as tarefas do dia a dia, tais como ir e voltar do trabalho e da escola, entre outras atividades. É o que revela levantamento elaborado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O estudo mostra ainda que 7% dos brasileiros ficam entre duas e três horas diariamente no trânsito, enquanto 21% fazem isso entre uma e duas horas, totalizando 36% dos indivíduos que gastam mais de 60 minutos por dia no transporte. Para o levantamento foram entrevistadas 2.019 pessoas acima de 16 anos e, para 29% desse contingente, o tempo de locomoção aumentou depois da pandemia de Covid-19, caracterizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em março de 2020.
Parceria com o Ipri (Instituto Pesquisa de Reputação e Imagem), a pesquisa ainda indica que 55% dos entrevistados têm sentido afetada a qualidade de vida devido ao tempo perdido no transporte, e 51% disseram que o tempo gasto no trânsito causa impacto na produtividade. O estudo foi feito entre os dias 1º e 5 de abril entre indivíduos da PEA (População Economicamente Ativa), moradores de cidades com população a partir de 250 mil habitantes, nos 26 Estados mais o Distrito Federal.
Em relação à produtividade, há estresse por causa do trânsito, já que os números mostram que o tempo perdido no trânsito prejudica o desempenho do trabalho. Conforme o levantamento, 60% dos entrevistados já chegaram estressados ao ambiente de trabalho por causa do tempo no transporte, enquanto outros 60% alegaram que já chegaram fora do horário estabelecido devido ao trânsito.
Perda de um período de trabalho foi uma situação relatada por 34% dos entrevistados. Outros 26% citaram ausência em reuniões importantes, e 26% disseram ter perdido um dia inteiro de trabalho por causa desse tempo desperdiçado preso no trânsito. Deixar de aceitar oferta de trabalho por causa de problemas de transporte e/ou locomoção foi citado por 32%, e os que decidiram trocar de emprego em razão do trânsito somaram 10%.
Os números da CNI revelam ainda, que, das pessoas ouvidas, 2% já recusaram oferta de emprego, bem como mudaram de posto devido às condições de deslocamento. Por fim, trinta e sete por cento pensaram na possibilidade de mudar de emprego, com o mesmo salário, apenas e tão somente para tentar diminuir o tempo desperdiçado no transporte.




