Reparos em prédios tombados e em outros setores deveriam ter sido concluídos em maio
Quase três anos após ter vencido a concorrência para administrar o Parque Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, a Urbia ainda não finalizou toda a reforma prevista em contrato. Reparos em prédios tombados e em outras partes do local estão atrasados. Inicialmente, a concessão, em janeiro de 2020, previa que as intervenções fossem finalizadas em três anos. O contrato, entretanto, teve de ser prorrogado por causa da pandemia de Covid-19, com novo prazo para maio deste ano.
Entre as obras atrasadas, há, por exemplo, os reparos no Pavilhão das Culturas Brasileiras, que deveriam ter sido finalizados para a montagem do Museu do Folclore em janeiro de 2023, mas que não ocorreu. Outro atraso é verificado na reforma da Escola Municipal de Astrofísica, que ainda não teve problemas como infiltração no subsolo resolvidos.
Na proposta de reforma do local constava a transformação do salão principal do edifício tombado em um lugar para exposição de veículos de luxo, cujo nome previsto era “Casa BMW”, que deveria ter patrocínio da montadora, além da construção de estúdio para podcast e um café.
A concessão também previa reforma da Praça Burle Marx, próxima ao portão sete do parque, que deveria ter sino concluída em janeiro. Os reparos deveriam ter sido tanto na fonte, que não tem mais água, quanto no piso do local, que deveria ter dado lugar ao um piso permeável. Outros equipamentos que já deveriam ter sido entregues reformados são os playgrounds, mas a empresa, no entanto, nem ao menos apresentou os detalhes dos reparos.
Se faltam reformas e manutenção no parque, sobram ações de propaganda pelo local, já que é possível observar no parque marcas de patrocinadores em vários setores, como, por exemplo, na pista de skate, em novas quadras e academias.
Mesmo com os problemas com prazos, a prefeitura de São Paulo avalia transferir à Urbia, que já havia sido multada em outra ocasião em R$ 460 mil por construção irregular por falta de licença ambiental, a responsabilidade pela reforma da marquise do parque. Necessitando de restauro, a estrutura encontra-se interditada desde 2019 por riscos aos visitantes. A estimativa da prefeitura é que a restauração fique na casa de R$ 70 milhões.
Em nota divulgada à imprensa, a Urbia revela que negocia mais tempo, até 2025, para conclusão das reformas, com a justificativa de que a pandemia foi a causa dos atrasos.