Vias da cidade têm ganhado novos aliados, inclusive raio lazer detector de buracos
Problema que já vem de muito tempo, a má pavimentação das ruas e avenidas de São Paulo tem ganhado novos aliados, que vão desde asfalto “do futuro” a máquinas de raios lazer que conseguem detectar buracos. Programa lançado pelo governo paulista em 2022 que já recapeou 6 milhões de metros quadrados de vias no município, supera 8,6 milhões de metros quadrados entre obras já acabadas, outras em andamento e outras que ainda não tiveram início, mas já foram contratadas.
A iniciativa, denominada “Programa de Conservação da Malha Viária”, que tem orçamento de R$ 2,7 bilhões, previsão de término em 2024, comandada pela Secretaria Municipal das Subprefeituras e realizada por concessionárias, tem entre os objetivos identificar buracos nos 17 mil quilômetros de vias espalhadas pela cidade e 195 milhões de metros quadrados de asfalto em variadas condições e determinar que tipo de intervenção é necessária para recuperá-los.
Um desses aliados para identificar onde estão os buracos e, assim recuperar a malha asfáltica, é o Sistema Gaia. Trata-se de parceria da prefeitura com a Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) que conta com 180 veículos, entre táxis e os de transporte por aplicativos, que carregam sensores nos amortecedores. Estes são ligados a um dispositivo embaixo do banco do motorista.
O dispositivo registra todas as vezes em que houver trancos ou solavancos no veículo. Câmera instalada no retrovisor interno capta as imagens das vias percorridas pelos 180 automóveis e todos os dados seguem a uma central de monitoramento da administração municipal por meio de um aplicativo de celular. Os condutores desses carros recebem R$ 500 como ajuda de custo. Assim, esse monitoramento permite acompanhar em tempo real as condições do pavimento asfáltico das vias da cidade.
Outro aliado é o PavScan, ou scanner de pavimento, o popularmente chamado “detector de buracos”, que, como diz o “apelido”, também faz a análise do asfalto em más condições. Nele estão instaladas câmeras de alta resolução e feixes de raios laser. Com o dispositivo é possível gerar imagens em três dimensões da malha asfáltica, que, conforme a prefeitura, ajudam na análise mais precisa das condições da malha asfáltica para, com os dados em mãos, definir a intervenção mais viável e quanto vai custar.
Por fim, também há o FWD (Falling Weight Deflectometer, ou, na tradução livre, deflectômetro de impacto), que auxilia na definição do local e o tipo de obra. Esse dispositivo usa sistema de pesos baixados até a superfície do asfalto, para segundo a prefeitura, ajudar a saber de há necessidade de reparos profundos e, assim, evitar desperdício de tempo e material.
Para recapeamento das vias, a prefeitura tem utilizado novo tipo de material, que, segundo a administração municipal, é diferenciado, isso por ter maior duração e sofrer menos deformações. Trata-se do chamado “asfalto do futuro”, ou “asfalto 2.0”, mas que tecnicamente em o nome de RAP (Reclaimed Asphalt Pavement, ou, na tradução livre, pavimento de asfalto recuperado. O material é resultado da fresagem de restos de guias, sarjetas e concreto, podendo ser considerado asfalto reciclado misturado com britas, um tipo de plástico, fibra e resina.